O "Instagrammer" Responsável em 7 dicas


Imergir em uma cultura, experimentar as maravilhas da culinária mundial, sair da zona de conforto ou testemunhar a história viva: todos viajamos por razões diferentes. Na Era do Instagram, viajar tornou-se também uma chance de encontrar porções de uma beleza única ou paisagens de tirar o fôlego que rendam alguns likes.

Esse desejo - de encontrar, documentar e compartilhar destinos "dignos-de-um-post" - tem, no entanto, estimulado comportamentos que põem pessoas, culturas e paisagens em perigo!

Com bastante frequência isso acontece devido a existência de viajantes bem intencionados mas não tão bem informados. Seguem, portanto, 7 dicas sobre como ser um "Instagrammer" mais responsável enquanto estiver viajando,

1. Geolocalização Responsável

Há um grande debate há algum tempo sobre se embutir localizações geográficas a fotos de maravilhas do mundo natural desconhecidas pelo homem as põe em risco ou não.

Vejamos esse caso: Em 2018 a Jackson Hole Travel & Tourism Board nos EUA pediu aos visitantes que parassem de embutir localizações geográficas (ou "geotaguear") em suas fotos pois houve um aumento significativo de pessoas postando a mesma imagem do Lago Delta no Grande Parque Nacional do Teton (em consequência de um aumento também dos visitantes) resultando na erosão prematura das trilhas ao seu redor.

Uma única fotografia viral resultou em mais pegadas do que a natureza daquela local podia suportar. Milhares de viajantes fazendo fila para tirar exatamente a mesma foto podem estragar ou até mesmo destruir para sempre uma das paisagens mais bonitas do planeta.

Ações responsáveis:
  • Se você foi sortudo o suficiente para encontrar uma jóia escondida da natureza, não inclua suas coordenadas na foto;
  • Não geotague ou promova lugares onde o ecossistema já está frágil e danificado;
  • Mostre a realidade da situação turística postando fotos como se a área fosse completamente isolada e intocada pode provocar um aumento significativo de visitas.

2. Bem-estar Animal

Ver animais selvagens em seu habitat natural está na lista de realizações de muitos, independentemente de serem gorilas na África ou elefantes na Ásia. Mas é muito importante pesquisar sobre as melhores práticas quando encontrar - e documentar - animais na natureza.

Publicar a localização exata de espécies em risco de extinção pode facilitar o trabalho dos caçadores em encontrá-los. Jamais se envolva ou poste fotos de práticas abusivas com os animais, como andar de elefante, nem tire selfies junto com animais selvagens.

Tigre de Bengala no Santuário Nagarhole da Vida Selvagem, na Índia. Foto do Wikimedia Commons.

Ações responsáveis:
  • Não adicione coordenadas GPS dos locais onde você localizou um animal selvagem, pois isso pode piorar o problema de caça irregular na área;
  • Não monte em animais selvagens que tenham sido domesticados;
  • Diga não às selfies com esses animais.

3. Bem-estar infantil

Seja em escolas, projetos comunitários, em meio ao público ou nas casas das pessoas, não fotografe ou poste fotografias de crianças nas redes sociais. Além disso, jamais pense que a filosofia do "pague para fotografar" (quando os pais permitem fotografar seus filhos por algum valor específico) seja aceitável.

O que ocorre é que publicar essas imagens pode ter consequências que coloquem a vida dessas crianças e sério risco. Não só contribui para perpetuar a cultura da mendicância como também revela a localização e a identidade de crianças que podem ficar vulneráveis ao tráfico humano e várias formas de abuso.

Ações responsáveis:
  • Conheça e participe das comunidades locais e se você capturar memórias com o seu anfitrião e sua família ou um evento que tenha participado com as crianças locais, mantenha offline.
  • Sempre pense: "Se eu não faço em casa, por que eu faria em outro país?"

4. Fotos em locais culturalmente sensíveis

De lugares históricos, como cemitérios e tumbas, a santuários e templos, devemos ser respeitosos ao visitar pontos onde há uma atmosfera de santidade e frequentemente grande significância cultural.

Tome para si o conceito de que há lugares para uma reflexão solene e não para selfies.

O Templo Taoísta em Cebu, nas Filipinas, só proíbe fotos dentro de algumas salas específicas. Foto do Autor.

Ações responsáveis
  • Enquanto fotografias são usualmente permitidas em lugares históricos, lembre-se: é também um lugar para se respeitar não para se colocar em uma foto;
  • Em templos e tumbas, observe as regras e respeite a tradição cultural como os códigos para as vestimentas, a remoção de calçados dentre outas regras religiosas (como não dar as costas ao Buda nos templos budistas).

5. Destruição de propriedade pública e falta de respeito

O problema mais comum e que está em voga no momento - especialmente entre as contas educacionais como a PublicLandHateYou - é antes fora das trilhas para conseguir a melhor foto para o Instagram.

Em alguns casos instagrammers ultrapassam os limites das propriedades privadas (tirando fotos em carros bonitos que não eram seus e nem estavam disponíveis para a fotografias) e há casos em que até celebridades acessam locais protegidos e proibidos para postar selfies junto à natureza.

Ações responsáveis:
  • Em parques nacionais e espaços abertos, sempre se mantenha nas trilhas marcadas e jamais saia da rota para turistas, sob pena de danificar um solo fértil e delicado, áreas plantadas e flores;
  • Se você gosta de visitar fazendas de flores, contate o proprietário e peça permissão para ter acesso aos campos. Vários fazendeiros têm cobrado a entrada para controlar o acesso às suas propriedades;
  • Nunca ultrapasse uma propriedade privada e respeite o fato de que por mais bonita que uma residência seja, alguém mora ali.

6. Selfies perigosas e fotos ousadas

Várias pessoas têm um instinto ousado para a aventura. No entanto, aquela foto "mais aventureira" pode ter um preço muito alto: quase 260 pessoas ao redor do mundo morreram enquanto tiravam selfies entre 2011 e 2018 de acordo com um estudo publicado em 2018 pelo Instituto All India de Ciências Médicas.

Foto publicada na reportagem do jornal Daily Sabah da Turquia a respeito das selfies mortais.
Ações responsáveis:
  • Se na sua foto parece que você está sentado à beira de um precipício quando na realidade se trata de um lugar com uma plataforma embaixo, avise! Deixar em destaque as ilusões das suas imagens pode fazer com que outros procurem tirar fotos em lugares que ofereçam risco reais!
  • Mantenha uma distância segura de espaços onde a segurança é precária. Vale a pena arriscar a sua vida?

7. Moda vs. funcionalidade vs. sensibilidade cultural

Vista-se para fotos de viagem que serão uma memória para vida toda - mas uma grande foto jamais deve ser às custas da sensibilidade cultural ou segurança pessoal.

Faça a si mesmo duas perguntas: O que estou vestindo encoraja as pessoas a visitar o lugar sem as roupas apropriadas (como fazer uma trilha nas montanhas vestido salto alto ou não estando coberto adequadamente em temperaturas abaixo de zero)? As roupas que estou vestindo pode ser culturalmente ofensivo (como estar vestido com calção ou saia em lugares onde deve-se cobrir os joelhos ou não usar lenço sobre a cabeça onde é obrigatório por lei religiosa)?

Ações responsáveis:

  • Pesquises sobre os códigos ou regras para vestimenta em cada país que visitar;
  • Se você trocar de roupas em função da temática da foto, mencione na legenda para que seus seguidores não fiquem doentes ou possam ser prejudicados por deixar de seguir os costumes de forma não intencional.

Capturar memórias é parte da diversão em uma viagem, mas jamais deve ser feita de forma a arriscar sua segurança, prejudicar o meio ambiente o que seja desrespeitoso às pessoas e tradições no destinpo que estiver visitando.

Podemos até ser culpados por não seguir as melhores práticas, mas podemos nos educar uns aos outros para seguir em frente.

Traduzido e adaptado do artigo "How to be a responsible travel instagrammer", escrito por Becki Enright para a agência G Adventures.


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