Sistemas de Escrita da Ásia: China, Chinês e Mandarim - qual a diferença?



É comum ouvir pessoas falando que viram determinados caracteres em Mandarim, ou que estão aprendendo Chinês e que é muito difícil a interpretação dos símbolos... mas o que está correto em termos de idiomas da China? O que significam termos como Hanzi, Cantonês e Pinyin? E como é que se escreve em chinês?

Eis alguns esclarecimentos básicos sobre a língua mais falada do mundo, que afirma-se também ser a mais difícil.


1. O que é Mandarim?

Trata-se do principal idioma falado na China e em alguns países da vizinhança, sendo um dos oficiais em parte deles (como Taiwan e Singapura). Quando se refere à língua chinesa, pode-se referir também ao Cantonês (falado mais ao sul do país, na região de Foshan ou mesmo em Hong Kong, por exemplo) ou a outros idiomas menores, mais usados no interior.


2. Hanzi: a escrita chinesa

Em primeiro lugar há de se diferenciar um idioma falado de um idioma escrito. Na China e região (onde se falam os idiomas chineses) a escrita unificada é chamada Hanzi, contudo, é possível usar a mesma escrita para idiomas diferentes... ou seja, não importa se o que se fala é Mandarim, Cantonês ou outros, pois a escrita é a mesma ainda que o som ou a palavra do logograma seja diferente.

Exemplo:

Shao Lin (jovem floresta, ou algo semelhante) é um termo do Mandarim que é falado Siu Lam em Cantonês, porém a escrita permanece a mesma:

少林

Dentre os logogramas pode-se diferenciar ainda entre o Chinês Tradicional e o Simplificado, sendo que o segundo foi criado nos anos 50 com o intuito de facilitar o aprendizado e a memorização pela diminuição da quantidade de traços.
Exemplo: o termo Chi ou Qi (gás, ar, energia, respiração), cujo logograma no Chinês Simplificado, era originalmente no Tradicional.


3. Pinyin

O Mandarim é uma língua tonal, ou seja, quando há a mudança no tom de pronúncia de uma palavra o seu significado também muda. Para ocidentais não faz sentido tentar associar um logograma a um som ou tom, a menos que se use memorização pura. O pinyin é, então, uma forma de sinalizar como são os tons de cada símbolo para facilitar o aprendizado.

Exemplos:
  1. Shī: (poesia)
  2. Shí: (dez)
  3. Shĭ: 使 (habilitar)
  4. Shì: (é - verbo ser)
O sinal gráfico (acento) significa que tipo de tom se deve aplicar à vogal. São cinco no total sendo o primeiro o tom alto e contínuo, o segundo crescente, o terceiro decrescente e crescente e o quarto decrescente. Há, ainda, um último tom neutro, o que significa que não há alteração no tom.


4. Formação de palavras

A combinação de dois caracteres, ou palavras, costumam resultar em novas palavras. Algumas parecem óbvias, outras nem tanto. 

Exemplos:

(diàn - elétrico) + (huá - fala) = 电话 (diànhuà - telefone)
(míng - brilho) +  (bái - branco) = 明白 (míngbái - entender)
(xīng - estrela) +  (qī - fase) = 星期 (xīngqī - semana)

* é possível que duas palavras com pronúncias e escritas semelhantes no pinyin tenham um hanzi diferente e significados completamente distintos.


5. Pronúncia do pinyin

Há uma lista grande associando uma letra do alfabeto a um som no mandarim que pode, em alguns casos, não corresponder ao que estamos acostumados como a letra "Q" que está associada ao som de TCH. Então a palavra "qi" dos exemplos anteriores deve ser pronunciada como "tchi". A letra "C" também pede um pronúncia diferenciada, como se fosse a junção "ts".

Em resumo, ler pinyin a um falante de português não é tão óbvio quanto parece.



Há muito mais a se falar sobre esse idioma, como regras e combinações de tons, as pronúncias no meio e no final das palavras, dentre outros assuntos, o que pode ser esclarecido com um estudo aprofundado dessa língua que é tão falada e tão intrigante.




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