Afinal, o Mandarim é ou não é o idioma mais falado do mundo?
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Mapa da China. Fonte Mapswire. |
Um dos grandes argumentos das escolas de idiomas que vendem os cursos de Chinês, principalmente o Mandarim, é de que se trata do idioma mais falado do mundo. No entanto, ficam algumas questões: qual a diferença? Isso em números oficiais? Países onde ele é nativo? É pelo mundo ou restrito à região? O que dizer do Inglês?
O que é Chinês e o que é Mandarim? Os idiomas chineses hoje são basicamente dois: 1. Cantonês, falado em Hong Kong e em algumas poucas regiões da China (como por exemplo Foshan, na província de Cantão); 2. Mandarim, idioma oficial da grande China e alguns países próximos onde foi adotado como um dos oficiais. A escrita, porém, é a mesma: o Hanzi. Então, por mais que o idioma falado seja diferente, a escrita é uma só. É claro que na prática, principalmente no interior, há outros idiomas, dialetos e até escritas, mas oficialmente reconhecidos é somente o que se tem posto.
Em números: a China tem uma população de aproximadamente 1,3 bilhão, o que não só parece como é bastante. Contudo, não são somente os habitantes do país que falam o idioma. Oficialmente, tem-se Taiwan (às vezes considerada parte da China), Singapura e Macau como falantes de Mandarim e, ainda que outros países como Camboja e Vietnã contenham regiões onde o idioma chinês pode ser também usado, isso acaba sendo insignificante se comparado aos bilhões de chineses.
Logo, em quantidade de habitantes, estamos na faixa de 1 bilhão de falantes. Já em quantidade de países, somente 4 com o Mandarim como oficial e, observando no mapa, todos estão entre leste e sudeste asiático.
Alcance do Inglês: o grande embate é tentar defender o Inglês como o idioma mais falado. No entanto, é uma tarefa árdua e ingrata definir com precisão uma vez que há muito mais ex-colônias do Reino Unido e dos EUA falando o Inglês do que do grande país asiático falando o Mandarim. Mas vamos tomar, então, somente o maior país anglófono como nativo: os Estado Unidos da América. Com quase 330 milhões de habitantes, a população de americanos acaba sendo apenas em torno de 1/4 dos chineses (mesmo desconsiderando as populações falantes do cantonês). Nesse contexto o Mandarim continua sendo o idioma mais falado do mundo.
Há um porém: a quantidade de países (vizinhos da China inclusive), que adotaram o Inglês como oficial juntamente com o nativo, passa dos 15 facilmente. É o caso das Filipinas, Canadá, Jamaica e da própria Singapura. A Índia, segundo país mais habitado do mundo, também adota o Inglês como oficial, ainda que não funcione assim na prática. Só por isso o idioma já ultrapassaria com facilidade, pois a população é de mais de 1 bilhão também.
O que ocorre é que o Inglês tem um nível bem maior de espalhamento pelo mundo (em todos os continentes), seja pela facilidade do alfabeto ou de suas regras verbais razoáveis (o que é um problema no português e alguns outros idiomas derivados do Latim), sendo "aparentemente" o mais falado. Não é tão simples obter dados tão precisos, pois para isso seria necessário verificar em TODOS os países e territórios, mesmo que estatisticamente, quantos falantes de cada idioma se têm, independentemente de os terem como nativos, oficiais ou suas variantes. Se já existe esse tipo de dado, desconheço.
Arrisco dizer, por alto, que o Inglês vai acabar sendo o idioma mundial, algo que já pode ser observado na prática seja pelo fato de que a tripulação de voos internacionais o tenham adotado no trato com os passageiros, das amizades via penpalling pela internet seja qual for o país (falante de inglês ou não) ou ainda pelo desejo dos próprios chineses em aprender o idioma, cada dia mais essencial na vida deles para o estudo e trabalho em um mundo que, apesar de bastante restrito pelas políticas de controle da informação do governo, está cada vez mais globalizado.
Há de se fazer uma "menção honrosa" ao Espanhol e ao Esperanto: um sendo o segundo idioma mais falado do mundo em números, mas com um espalhamento pequeno, sendo que a maioria dos países estão na América Latina e alguns pouquíssimos vestígios na Ásia (como o caso do Chavacano, ou "espanhol quebrado", no sul das Filipinas); o outro caso, um idioma criado artificialmente para ser universal, mas que acabou não funcionando.
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